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Erros e acertos

A profissão de economista está intimamente ligada à indução de tomadas de decisões, seja por parte da iniciativa privada, seja por parte dos agentes públicos.

Tão nobre especialidade nos torna muitas vezes detentores de títulos e capacidades que não temos.

Entre as mais variadas atribuições do economista, uma delas é concatenar os dados e as decisões políticas e, a partir disso, indicar, sob um contexto histórico, as possíveis causalidades.

O trabalho, então, torna-se nobre à medida que os acertos se sobrepõem aos erros.

Todos os profissionais buscam ser assertivos em seus trabalhos, no entanto, no aspecto econômico, pela dimensão e pela capacidade que se têm de mudar a situação de países e regiões inteiras, os erros e acertos são elevados relativamente mais que o normal.

“Acertar” parecer ser um excelente negócio para os economistas (e não lhes faltam guaridas para isso).

Mas no caminho entre a análise e o fato concreto entram alguns percalços como ideologia e a forçosa publicidade que alguns buscam.

De todo modo, o problema não é a publicidade em si, tampouco a ideologia. Parece-nos um problema maior a maneira geralmente forçosa de mostrar que sua visão está certa ou ainda que sua previsão é a mais correta.

Sob nosso ponto de vista, essa “forçação de barra” (usando o português claro), desvirtua os profissionais (economistas, no caso) do caminho da análise.

Fazer análise econômica é um exercício complexo. Os erros fazem parte (importante parte, diga-se de passagem). Há uma curva de aprendizagem que deve ser atravessada.

Não obstante esse aspecto da curva de aprendizagem, essa forçação de barra acaba, por fim, a reforçar a necessidade de se projetar no mercado.

Perde-se a nobreza do ato de fazer análise econômica. A promiscuidade vira norma.

Um exemplo clássico é o de alguns economistas que se aproveitam de movimentos cíclicos da economia para tirar vantagens financeiras, publicitárias ou coisas do tipo.

É notório que o Brasil passa por um momento econômico bastante delicado, com desdobramentos negativos. É de conhecimento público também que tal movimento é cíclico.

Nesse sentido, parece-nos bastante problemático tirar proveito desses ciclos por motivos tão menos nobres, como ganhar publicidade.

Bem, em suma, a mensagem geral desse editorial é de que análise econômica é um exercício complexo, permeado por erros e acertos, e que deixa de ser utilizada por muitos para os fins nobres para os quais foi concebida, como colaborar para o desenvolvimento econômico.

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