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Monopólio, capital financeiro e a telefonia no Brasil

Por muito tempo, a telefonia no Brasil foi provida pelo governo, por uma série de empresas estatais que compunham o sistema Telebrás. Contudo, na década de 1990, com o movimenta de abertura comercial e liberalização da economia, o sistema Telebrás foi privatizado e diversas empresas estrangeiras entraram no país.

Alguns aspectos positivos desse movimento são evidentes: os focos de corrupção se dissiparam, os serviços melhoraram e se popularizaram. Contudo, vivemos um dilema: se antigamente o serviço era de monopólio do Estado, hoje ele é um oligopólio privado, com grandes chances de tornar-se um monopólio privado.

Bem, muitas palavras bonitas, mas não se preocupe que eu as explico pra você. A palavra monopólio significa que só existe uma empresa que oferece um bem ou serviço, já o oligopólio é quando existem poucas empresas. Em outras palavras, na década de 1990 no Brasil existia somente uma empresa que, grosso modo, era o governo; hoje temos quatro gigantes que dominam 99% do mercado de telecomunicação no Brasil (Claro/Embratel [mexicana], Oi [portuguesa], Tim [italiana] e Telefónica/Vivo [espanhola]).

Aí você se pergunta: mas se existem quatro, não é um monopólio, certo? Verdade, não é um monopólio. Mas desde a semana passada está sendo veiculada a notícia de que a Oi (controlada pela Portugal Telecom) está interessada em adquirir a Tim, que é parcialmente controlada no exterior pela Telefónica/Vivo e pela Telecom Itália para evitar a entrada agressiva de empresas americanas no mercado europeu. Confuso, né? Mas o que isso significa?

No fundo, esse mercado parece muito mais um cartel: um acordo entre as empresas para manter as coisas como estão. E onde entra o capital financeiro do título? Simples: as ações (explicaremos melhor esse mercado muito em breve) dessas companhias são compradas, recompradas e descompradas umas pelas outras. Em outras palavras, quem tem mais dinheiro, detém uma ou outra empresa. Quando a situação fica difícil, vende-se a empresa para outra e assim vão passando de mão em mão.

Ufa… Muita informação, né? Então para resumir e fechar: o mercado de telecomunicações no Brasil foi privatizado e algumas poucas empresas da Europa compraram partes do sistema; essas empresas possuem ações na Bolsa e um “acordo de cavalheiros” onde elas mantém o mercado como está e possuem participações umas das outras.

Conclusão: com essa situação, os serviços apesar de terem melhorado em comparação com o passado, continuam muito abaixo do que poderiam ser e o impacto pra gente é simples de se perceber quando tentamos fazer ligações, mandar SMS, acessar o facebook  ou mandar um whatsapp, dentre outras coisas.

Para saber mais
Uma nota de R$3 em circulação – http://bit.ly/1GX4N8C
Telefônica sairá da Telecom Itália depois de concluir a compra da GVT – http://bit.ly/1B9BXjT
Oi fará proposta para tentar comprar a TIM – http://bit.ly/1Mc8OxC
Oi deve fazer proposta de compra de participação na TIM – http://abr.ai/1lw0qMB

Créditos da imagem – http://bit.ly/1RqS83x

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